segunda-feira, 28 de abril de 2008

Noites de Poesia em Vermoim - 3 de Maio

Esta mensagem é dirigida aos amigos que já queriam ir para a Junta Nova...

ESTE MÊS ainda é no sítio do costume:

Salão Nobre de Junta de Freguesia de Vermoim - Lugar da Igreja - 4470-303 - Maia






Ajudem-nos a divulgar este evento; tragam mais um amigo, um vizinho, um colega... e, sobretudo, APAREÇAM! Esta actividade é dirigida a todos aqueles que gostam da poesia, que queiram declamar ou apenas assistir. Mas APAREÇAM!!! A vossa presença é importante!




POESIA NA NET:


Aos habituais colaboradores e aos novos, não se esqueçam de enviar os vossos trabalhos até à próxima Sexta-feira, dia 2 de Maio, para saturnogomes@netcabo.pt.


Um abraço,
José Gomes





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domingo, 6 de abril de 2008

Noites de Poesia em Vermoim... a “reportagem da Noite de ontem.











A reportagem do dia 5 de Abril de 2008


Venham ver! Tão de repente
As coisas que aconteceram!
Nos ramos daquela faia
Folhinhas novas nasceram;
No carvalho, os pintarroxos
Já construíram o ninho;
O salgueiro ao pé do rio
De mil botões se enfeitou.
Veio o sol. Fugiu o frio.
A Primavera voltou.


Foi assim que se homenageou a
Primavera que já começou…




Contra o costume, desta vez cheguei atrasado e com uma casa completamente cheia! Tentei desculpar a minha falta com razões imponderáveis que acontece no corre-corre das nossas vidas! Abri a Sessão com os cumprimentos da praxe e o agradecimento pot estarem ali tantos rostos que já não via há muito, muito tempo!


Maria Mamede deu entrada à Escola da Filarmonia de Vermoim, com uma das salas da Professora Bárbara, composta pela Marta, Márcia, António, Rita, Beatriz, Ana e Francisco, alunos com idades compreendidas entre os 6 e 9 anos, que nos interpretaram em flauta a composição “Contacto 2”.


Maria Mamede
deu início à Noite de Poesia propriamente dita, com a leirura do seu poema Nuvens (que consta da contracapa do programa distribuído) e agradeceu tanto à professora Bárbara como aos seus alunos terem aceite o nosso desafio.


Seguiram-se, depois, as intervenções de Armindo Cardoso, Teresa Gonçalves, Jaime Gonçalves (que leu um poema de Inocêncio Vidal que, por motivos de força maior, não pode estar presente mas que teve o cuidado de enviar a sua contribuição), Jaime Gonçalves, José Gomes, José Faria, Fátima Fernandes (que leu poesia de Otília Martel (presente na sala, mas devido a uma forte constipação delegou-lhe esta tarefa!), Cândida Ribeiro (que nos visitou pela primeira vez e que ficou entusiasmada com a forma calorosa com que foi acolhida, prometendo voltar, Fátima Fernandes, Albino Santos, Manuela Miguéns e Ferreira da Costa.


A Poesia na Net esteve a cargo de José Gomes que lamentou a pouca participação este mês. Leu “Nuvens”, poema enviado pela Paula Raposo e um apanhado do e-mail do João Diogo, do Brasil, que noticiava ter sido operado recentemente à vesícula e que estava em convalescença. Um abraço para ele, com todo o carinho desta tertúlia de Vermoim.


Desta primeira parte escolhi este poema satírico de Ferreira da Costa, declamado no seu estilo habitual. Ora apreciem:


NAS NUVENS

Correm nos meus olhos águas
e das nuvens águas saem;
Águas em olhos são mágoas
das nuvens águas que caem.
Quando se olham nossos olhos
nas nuvens logo ficamos;
O amor não tem escolhos
se com ele deliramos.
Vi-te perdida e louca
nas nuvens me achei contigo;
Minha boca em tua boca
nas nuvens fazem abrigo.
Contigo amor levitei
entre as nuvens, vi o céu;
Tudo o que era meu te dei
tudo que era teu foi meu.
Tomei um banho no mar,
ao sol me deitei na areia;
Quando o céu tentei olhar
entre as nuvens a brincar
vi passar uma sereia.
Ela me deu seu condão
nas nuvens me fez entrar;
Fez-se um grande clarão
abriu-se o meu coração
e conseguía-a abraçar.
Mas que sereia tão bela
desci à praia com ela
e dela me enamorei;
Foi fada que me encantou
pois comigo se deitou
nas ondas, como, não sei!...
Por entra as nuvens o sol
em seu brilhante arrebol
me deu todo o seu clarão;
A meu sonho esteve atento
talvez de mim ciumento
me fez um grande escaldão…
Vejam bem o que arranjei,
porque nas nuvens entrei
fiquei queimadinho assim…
Mas que tema desgraçado
fiquei com tudo escaldado
nas nuvens, em Vermoim.


Ferreira da Costa

(declamado pelo próprio, nesta Sessão)




Na segunda parte, no tema “Livre” intervieram Armindo Cardoso, Sónia Santos, José Faria (que leu, além de um poema seu, um poema de Orestes Vladimir, sobre Abril e outro poema enviado por Carlos Rocha, ausente nesta sessão por motivos de força maior), Cândida Ribeiro, José Gomes, Teresa Gonçalves, Jaime Gonçalves, Fátima Fernandes (que leu, além dos seus, poemas de Otília Martel), Rosa Teixeira Bastos, Albino Santos e Maria Mamede.


Desta segunda parte escolhi este texto delicioso da Sónia Santos:




Mais uma noite da poesia


Mais uma noite da poesia
e desta vez resolvi tentar,
entender melhor esta arte
que faz tudo rimar.


Então comecei a pensar em nuvens:
Ora, nuvens no céu, nuvens brancas
nuvens de água, nuvens que parecem algodão…
Meu Deus, não me ocorre nada!
Nadinha!
Que rime ou não.


O que é eu ía fazer?
Toda a gente á espera que fale…
Não vou conseguir dizer nada…
Só pensei pra mim,
Sónia, o melhor é estar calada!


Será que já é tarde para começar?
Será que devia ter pensado nisto antes?
Em vez de tanta brincadeira…
Ou será que nesta geração nada é como era dantes?
Mas só terei 32 anos no aniversário que se segue,
não dava sequer para florescer uma amendoeira.
Ou então se calhar sou eu,
que não tenho ponta por onde se lhe pegue!


Bem, se for coisa da juventude
já sei onde procurar;
onde todo o disparate se mete,
a nossa melhor aliada,
a amiga Internet.


Fui à procura de coisas novas,
de gente ainda sem dentes do siso,
ver se com o que reunia
fazia alguma coisa de jeito
que tivesse alguma harmonia.


Estranhamente encontrei,
sempre o mesmo disparate…
Não consegui evitar
encontrar sempre o mesmo ataque
E aprendi que a rima do momento é:


Oh pá!
Dá me o telemobel já!


Sónia Santos
(Texto lido pelo autor, na segunda parte desta Noite de Poesia).





Colaboração Musical:


Tivemos mais actuações dos “meninos da Escola da Filarmonia de Vermoim” que nos deliciaram com mais duas actuações (“No Woman, no cry” – cantaram e tocaram flauta); e a Rita – 8 anos – , a solo, presenteou-nos “Tootle Tune” em flauta).


Carlos Andrade
foi o nosso cantor convidado. Já não nos visitava há mais de um ano e foi um prazer mútuo tê-lo connosco.


De Frederico Garcia Llorca interpretou “Ya sabes mi paradero”, lembrou o 40º aniversário do assassinato de Luther King, cantando o poema de António Gedeão “Lágrima de preta”, lembrou Victor Jara, assassinado no golpe do Chile, com a canção “Pregaria a un lavrador” e, para terminar, cantou um poema que musicou, de autoria de Lígia Maria, “Rosto de Paz”.



O tema proposto para a próxima Noites de Poesia em Vermoim (dia 3 de Maio, pelas 21,30 horas) é “PENSAMENTOS”.


Contamos com a vossa colaboração e entusiasmo. Até Maio!


José Gomes