segunda-feira, 30 de junho de 2008

"Noites de Poesia em Vermoim" - 5 de Julho




Sábado, 5 de Julho de 2008, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim, pelas 21,30 horas, mais uma Noite de Poesia coordenada pelo Movimentum - Arte e Cultura.


O tema escolhido para esta Noite de Poesia é "HORAS".


Será a última sessão antes de férias. Contámos com a vossa presença e com a vossa ajuda na divulgação deste evento.


POESIA NA NET:

Aos habituais colaboradores e aos novos, não se esqueçam de enviar os vossos trabalhos até à próxima Sexta-feira, dia 4 de Julho, para saturnogomes@netcabo.pt.


Um abraço,
José Gomes





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domingo, 15 de junho de 2008

"Menina Marota - Um desnudar de alma" - O livro!


(...)
"A poesia de Otília Martel, uma verdadeira elegia ao sonho, inventando «o tempo das cores impossíveis», traçou, também ela, com os seus próprios passos, um destino.
(...)

In - Prefácio do livro hoje lançado, da autoria de Fernando Peixoto.


Capa do livro da Otília Martel, lançado hoje na Fnac de Gaia


Neste domingo chuvoso fui assistir ao lançamento do livro da Otília Martel (http://meninamarota.blogspot.com/) cuja capa inseri acima.

Foi uma cerimónia simples, em que estiveram presentes muitos amigos e família. Na mesa, além da autora, estava Carla Carvalho (Ilustrações) e a representante da Papiro Editora.

Fernando Peixoto, na sua voz tão característica, fez a apresentação da autora e do livro.

Os poetas Fátima Fernandes e Albino Santos declamaram alguns poemas deste livro.

Carla Cristiana de Carvalho, a ilustradora do livro Menina Marota - Um desnudar de alma, disse que apenas "traduziu em desenhos a sensibilidade da Otília Martel".

Otília Martel, muito comovida, agradeceu a todos os presentes e a muitos dos ausentes, todo o apoio e o carinho dispensados, que foi a receita para que este livro viesse a ver a luz do dia.

Seguiu-se a habitual sessão de autógrafos!

Este é um livro que recomendo a sua leitura... mas, Otília, esperamos por outros!


Deste livro e depois de uma leitura rápida, fui escolher o poema que li em primeiro lugar e que faz parte da badana da capa: neste mundo de magia!!! Espero que gostem...



Neste mundo de magia

No beiral da vida, docemente,
debruço, às vezes serena, o meu olhar,
para no meio do sol poente
ver o Mundo por mim passar.

Já fui menina e moça e ergo, contente,
os meus olhos castanhos para o ar
e, ao clarão do luar adolescente,
como todos, um dia aprendi também a amar.

E fui princesa de sonhos estonteantes,
heroína de mil baladas e poemas,
nos braços d0 meu cavaleiro andante
descobri os prazeres de ser terrena.

Desfolha-se na areia mais um dia:
uma dor, uma esperança, uma alegria.
Um dia morre. Uma saudade vem
da Magia que este Mundo tem.

Otília Martel
(In - "Menina Marota - Um desnudar de alma")





segunda-feira, 9 de junho de 2008

Noites de Poesia em Vermoim... a "reportagem" possível…

Noite de 7 de Junho de 2008
A reportagem possível num dia de incertezas!



Tivemos que esperar pelas 22 horas para dar início à “Noites de Poesia em Vermoim” deste mês.

Desta vez tivemos que concorrer com o futebol, o teatro e o calor da noite e, quem sabe, com o início dos Santos Populares!!!

Mesmo assim (os poetas são resistentes!!!) tivemos uma casa bem composta, apesar das ausências da Maria Mamede (que ficou, mesmo à última hora, impossibilitada de estar presente) e o companheiro de mesa e representante da Junta de Freguesia, Mário Jorge, ter que estar presente na abertura da peça de teatro a realizar no Centro Comunitário.

Chamei para a mesa a Milú, que substituiu a Maria Mamede, e Pedro Gomes que representou Mário Jorge. Compostas as “formalidades” dei início à Noite de Poesia, com as mensagens da Maria Mamede e do Mário Jorge e, dando a palavra a Pedro Gomes, este apresentou o projecto musical para esta Noite.

A mais recente “aquisição” da Filarmonia, a jovem Maria Luísa, de dez anos, apresentou-nos o seu virtuosismo em saxofone, na interpretação de vários trechos musicais.

Seguiram-se depois, no tema desta Noite, as intervenções poéticas de José Gomes, Armindo Cardoso, Adérito Morais, Fernanda Garcias, Maria Mamede (pela voz de José Gomes), Inocêncio Vidal, Manuela Miguéns, Ercília Freitas, Jaime Gonçalves e Teresa Gonçalves.

A Poesia na Net esteve a cargo de José Gomes que leu poemas de Paula Raposo, Margusta, João Diogo e Helena Maltez.

Nos momentos musicais tivemos as intervenções a solo de Maria Luísa, um dueto entre esta e e a sua professora Bárbara (saxofone), Pedro Gomes e Marta Pires (clarinete). Foi um serão agradável.

O poema que escolhi desta primeira parte foi este autêntico hino ao Rio Leça, declamado pelo autor Adérito Morais:

Rio Leça

— Olá meu Rio Leça, como estás?
Há muito tempo já que te não via.
Não sei se vais em frente se p’ra trás
E o teu cheiro é mesmo a porcaria.

— Tens razão, meu amigo, eu não sou
Aquele rio lindo idolatrado.
O meu tempo de glória já passou,
Agora sou um velho e acabado.

— Não, Rio, não estás velho nem morreste
Tua vida futura é real.
Para ser grande foi que tu nasceste,
O mais belo de todo o Portugal.

— Não vês, meu grande amigo, os assassinos
Que mataram meus filhos adorados.
Peixes grandes e os mais pequeninos,
Riqueza dos meus tempos já passados?

O rio vai correndo, lentamente,
Sem rumo, sem destino, sem calor,
Num sofrimento atroz, constantemente,
Entre dejectos, lama e fedor.

Mas quem irá salvar o nosso rio?
Talvez denunciando os maldosos.
Para quem de direito um desafio:
Julgar já e punir os criminosos.

Até lá, viveremos da saudade,
Dum rio que a todos nos marcou.
Recordações da nossa mocidade,
A tristeza que nunca nos deixou.

Vou pedir ao maiato que não esqueça:
Teremos que salvar o Rio Leça!

Adérito Morais
(declamado pelo próprio, nesta Sessão)


Na segunda parte, no tema “Livre” intervieram Adérito Morais (um jovem que fará 90 anos já no próximo ano!), Armindo Cardoso, Fernanda Garcias, António Castilho Dias, Jaime Gonçalves, Teresa Gonçalves, José Gomes, Inocêncio Vidal e Ercília Freitas.


Desta segunda parte escolhi este texto poético da Teresa Gonçalves:


Rosto do meu rio

Fixo o olhar no rio iluminado pelas luzes da noite, fascinada, pelos calmos reflexos que se movem numa suave ondulação, num estender de águas abraçando o cais deserto.
Quero parar o tempo…
Quero-o parar, sem o rodopio quotidiano, freneticamente pesado (qual açoite desferido em todas as direcções de olhos vendados), como se, a vida, seja para ser vivida num jogo de cabra cega.
Um pouco mais além, as pontes em meia lua, sem o frenesim do dia ou a febre do princípio da noite. Unem-se ao abraço do rio, o brilho das estrelas, a luz do luar e o meu pensamento.
Aos olhos da noite, a corrente deste belo espelho natural, sussurra a contagem das horas, como um relógio sem tempo, num sereno desafio à minha incapacidade de o prender. Não consigo parar o tempo. Só o pensamento. Em fugazes hesitações , cruza o limiar da realidade ao limiar da imaginação, arrastando consigo, o frenético quotidiano do novo dia.
Este, é o rosto do meu Rio de espelhos de ouro, numa noite calma de luar, onde me dispo e me procuro.

Teresa Gonçalves
(declamado pela própria, nesta Sessão)


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Pé no Charco”, volta a levar a sua peça de teatro, Rapsódia Vicentina, de Gil Vicente, no próximo sábado, 14 de Junho, no Salão Paroquial de Vermoim.


Otília Martel, poeta que frequentemente nos visita em Vermoim, vai fazer o lançamento promocional do livro “Menina Marota – Um desnudar de alma”, que terá lugar do dia 15 de Junho de 2008, domingo, pelas 16 horas, na Fnac do Gaiashopping.
A apresentação da obra estará a cargo do Dr. Fernando Peixoto.


O tema proposto para a próxima Noites de Poesia em Vermoim (dia 5 de Julho, pelas 21,30 horas) é “HORAS”.

Contamos com a vossa habitual colaboração e entusiasmo.

Então, até Julho!


José Gomes