segunda-feira, 28 de março de 2011

Noites de Poesia em Vermoim - 2 Abril 2011


Para não esquecer...
Sábado, dia 2 de Abril, no Salão Nobre da Freguesia de Vermoim, mais uma Noite de Poesia em Vermoim, com a presença de Maria Isabel Rosete e Carlos Andrade, além dos nossos poetas que nos visitam nesta Noite.
Até sábado!

Um abraço,
José Gomes





segunda-feira, 21 de março de 2011

Neste Dia da Poesia...

Foto da Milú - Preto & Branco

Foram-se as nuvens, foi-se o frio e a chuva, as árvores começaram a vestir as suas roupas garridas... as sombras começam a dar lugar à Luz.

Por isso escolhi Torga...

Ode à Terra

Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
A abrir leques de sonho e de centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoila vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja funda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás-de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto futuro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!


MIGUEL TORGA, in Odes - 1946


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terça-feira, 8 de março de 2011

Noites de Poesia em Vermoim - Os poemas de Março - 1


Lourdes Costa (Maria de Lourdes da Silva Marcelino Martins da Costa), nasceu em Leiria em 1945 e vive em Vila Nova de Gaia desde 1962.

É aposentada da Portugal Telecom, onde trabalhou desde 1964.
Escreve desde os 12/13 anos e tem um livro de poemas publicado - «Lua Enevoada».
Alguns dos seus poemas estão publicadas em antologias: «Porto em Poesia», «Novíssimos», «Noites de Poesia em Vermoim», I e II volumes; etc... 
Participa nas Noites de Poesia em Vermoim desde 2002.
Faz Teatro desde os 5 anos, do Jardim-Escola João de Deus até ao Teatro de escola da MPF.
Participou no Grupo de Teatro Jovem do Seminário de Cristo-Rei em Vila Nova de Gaia. Fez parte do Grupo de Teatro dos CTT do Porto e do Grupo Coral dos CTT do Porto.
Actualmente é membro da Companhia Teatral de Ramalde.



Dos poemas que a Lourdes declamou no passado dia 5 de Março de 2011, escolhi este. Espero que seja tanto do vosso agrado como foi do meu:




QUE CANTAM OS POETAS DE HOJE?


Um papel em branco,
uma caneta pousada
e para um poeta
não é preciso mais nada.

E sento-me compenetrada
no que hei-de escrever:
penso no tema proposto
e nesse momento
foge-me o pensamento,
distraio-me um bocado
e faço uma relação
para o supermercado:
falta pão,
macarrão
feijão.

Estremeço,
olho o papel,
nem sequer me reconheço,
não sou isto que pareço!...
Não me vem inspiração?
Entro em alta pressão.
Arredo o papel para o lado.
Faço daqui a um bocado.

De repente
-  ai, a sopa! -
legumes para partir,
salada para arranjar,
São outras prioridades,
mas fico a pensar no tema
-  quando escrever o poema
digo isto, isto, aquilo,
-  conforme a inspiração.
Já está a chuviscar!
Ai a roupa para apanhar.
Lá se foi a ocasião.

Que cantam os poetas de hoje?
Confesso não sei, não sei.
Chego mesmo à conclusão
nesta cabeça de poeta,
hoje em dia,
falta-lhe muita magia
e vai grande confusão.

Queria escrever com garra,
muita uva, pouca parra,
coisa linda de se ler...
Não tive tempo.
Nada consegui escrever.

Lourdes Costa



Obrigado, Lourdes, pela participação.

Até um dia destes.

Um abraço,


José Gomes


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domingo, 6 de março de 2011

A Reportagem da Noite de Poesia do dia 5 Março 2011



Mais uma "Noite de Poesia em Vermoim" prestes a começar. Pelo Salão Nobre, de pé ou sentados, os participantes na Noite conversavam animadamente.
Na mesa os coordenadores consultavam as suas notas e registavam os participantes na tertúlia.
Ao consultar com mais atenção o Programa, José Gomes deixou escapar uma expressão de desagrado, ao verificar o erro no "Momentos musicais com...". Esta noite não teríamos a presença de Carlos Andrade mas sim de Pedro Gomes, da Filarmonia de Vermoim, que iria preencher este espaço com música mais ligeira, interpretada em flauta.

O nosso convidado desta Noite foi Nelson Ferraz


"Nasceu no Porto em 1952. Foi colaborador, nos anos setenta, do Jornal “Notícias de Chaves” e nos anos oitenta, da revista “Espaço Aberto” do GCDT do BESCL. 
Livros de Poesia editados: “Ternura”, 1977 (edição de autor); “Sintomas”, 1978 (edição de autor); “Coisas do Tempo”, 1999 (edição do SBN); “As Palavras Côncavas”, 2003 (Editora Ausência). 
Livros em Prosa editados: “À esquerda de deus”, 2004 (Editora Ausência); “O Coleccionador de Bugigangas”, 2008 (edição de autor). 
Colaborador nos cadernos “Pinguim Poesia em Pó” (micro colecção semanal do “Pinguim Café”), na Antologia “100 anos Federico Garcia Lorca” – Homenagem dos Poetas Portugueses, 1998 (Universitária Editora) e nos Jornais “Correio do Douro” e “Gondomar Actual”.
Participação na Antologia Poética “Além do Arco-Íris”, 1989 (GCDT do BESCL), na Colectânea de Poesia “Novíssimos”, 2004 (Editora Ausência); na Colectânea de Poesia “Aurora de Poetas”, 2008 (Campo das Letras) e na “II Antologia das Noites de Poesia em Vermoim”, 2009 (edição J.F.Vermoim).
É cronista dos Jornais “Maia Hoje” e “Gondomar Económico” e membro da APE (Associação Portuguesa de Escritores) desde 1978".

Maria Mamede encarregou-se de apresentar o nosso convidado que foi o seu padrinho literário, juntamente com o poeta Egipto Gonçalves. "Escrever é um martírio mas também uma benesse" - disse Nelson Ferraz, na sua breve intervenção. "Para mim a poesia é o Amor, o Sonho, a Memória e as Inquietações". "Escrevo a minha revolta contra as injustiças e a falta de compaixão". "Os poetas não podem virar as costas àquilo em que acreditam".


Amílcar Mendes, no seu estilo habitual, "disse as coisas que Nelson Ferraz escreveu".


Pedro Gomes, membro da Filarmonia de Vermoim - um projecto musical e cultural multifacetado, que foi criado em Fevereiro de 2006, por habitantes de Vermoim em colaboração com a Junta de Freguesia e 45 jovens instrumentistas de sopro e percussão, na sua maioria maiatos, com formação ao nível musical  fez a ligação musical com a poesia, propriamente dita, pelos seguintes poetas:


Armindo Cardoso, Maria José Santos Leite, Teresa Vaz, Pedro Cabral, Manuela Carneiro, José Carlos Moutinho (que nos leu pela primeira vez trabalhos seus), Maria Mamede, José Gomes, Manuela Miguéns, Teresa Gonçalves, Cesário Costa, Maria Lourdes Costa e Amílcar Mendes.

Jaime Gonçalves, Irene Lamolinairie, Leonel Olhero, Angelino Santos Silva e Fernanda Garcias, ausentes nesta Noite de Poesia em Vermoim mandaram, juntamente com os seus poemas,  um abraço para todos os presentes.

Mário Jorge chamou a atenção para os Censos 2011, a começar já na próxima segunda feira. Os resultados dos Censos 2011 vão dizer-nos: Quantos somos? Como vivemos? O que fazemos?

Estiveram presentes os livros CAIS DA ALMA, recentemente lançado em Vermoim pelo poeta José Carlos Moutinho  e O COLECCIONADOR DE BUGIGANGAS de Nelson Ferraz.


A próxima Noite de Poesia em Vermoim é no dia 2 de Abril de 2011 e o tema sugerido é "O DESPERTAR DA TERRA".



Então, até lá e boa inspiração.

José Gomes


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terça-feira, 1 de março de 2011

O Convite para as "Noites de Poesia em Vermoim"



Desta vez o “parto” foi difícil… é este o convite para a Noite de Poesia do próximo sábado.

Conto com a vossa presença e a vossa colaboração na divulgação deste evento.

Então, até sábado!

Um abraço,

José Gomes

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