domingo, 3 de junho de 2012

Reportagem da NPV de sábado passado





No passado sábado, dia 2 de Junho de 2012, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim, pelas 21,30 (mais coisa, menos coisa!) e como já vem sendo hábito mensalmente, poetas e amigos da poesia encontraram-me para mais uma tertúlia, desta vez com o tema CEREJAS.


Desta vez foi uma dor de alma olhar para o Salão Nobre da Junta e ver as amplas clareiras, o vazio de amigos dentro do salão que se conjugava com o cair soturno e ritmado da chuva lá fora...
A minha primeira reacção foi desistir de tudo, ainda esbocei uma fuga para a frente desaparecendo porta fora, mas não quis repetir a mesma cena (mas por motivos diferentes) há uns sábados atrás (lembras-te, Mamede)... e pensei, se a Irene tivesse levado o Maestro como estava combinado, seria uma grande bronca!!! E voltei para o meu lugar, com a cauda entre pernas e a cabeça em baixo! E nem queiram saber que nem umas cerejitas em carne e osso apareceram...


Não tivemos nem cerejas, nem música, nem a maioria dos poetas residentes... e até as caras de alguns entusiastas do futebol, com os ouvidos colados às telefonias, não ajudou a aliviar o ambiente... antes pelo contrário!


Colaboraram nesta Noite os poetas Leonel Olhero e João Diogo (na rubrica Poesia na Net), Marília Teixeira, Fernando Neto, Armindo Cardoso, José Ribeiro, José Gomes, Jaime Gonçalves, Fernanda Garcias, Angelino Santos Silva, Maria Mamede, Olga Cardoso e, pela primeira vez, nas Noites de Poesia em Vermoim tivemos o prazer de ouvir Mário Jorge a declamar poesia.


José Gomes informou os presentes do acidente sofrido pela Helena Guimarães, poetisa e habitual frequentadora destas tertúlias, internada a recuperar de uma fractura da tíbia, lendo em sua homenagem e com os desejos de rápidas melhoras este poema do seu último livro "Contigo...à Lareira":


Não sei...


Não sei.
Não é dor o que sinto,
nem vazio, nem desejo.


É a mágoa da perda
pela própria demissão
de abraçar o infinito.
A covardia de um rito.
É a incompreensão
da entrega num beijo
que me prendeu a alma
me despertou
um soluço
e me orvalhou o olhar.


É não existir razão
de haver um sim
e um não.


É uma alma aberta
expressa em palavras claras,
onde há lágrimas caladas
que me cobrem,
me fustigam,
me fazem sentir
mesquinha.


É preconceito, é dilema,
é razão ou sentimento,
o querer e não querer
colher na vida o momento,
o sonho e a fantasia
que é minha.


(Helena Guimarães)




Os poetas presentes continuaram a declamar aqueles poemas que guardavam para dias como estes... fora do tema desta Sessão, mas com a qualidade que nos habituaram.


Voltaremos em Julho se tivermos engenho, arte... e poetas para encher este bonito salão. O tema é MAR. Então, até ao dia 7 de Julho de 2012.


Para quem quiser ler na íntegra o artigo sobre cerejas que consta do programa distribuído visitem:


http://chuviscos.blogspot.pt/



Um abraço,
José Gomes







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